Why We Invested: Brick
A rodada Pre-Seed foi liderada pela Verve Capital e também contou com os fundos Newlin Ventures, WOW Participações e investidores-anjo do mercado de seguros.
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No Brasil, mais de 70% dos carros circulam sem seguro. Se adicionar o número de motoristas que têm cobertura inadequada e que não serão assistidos em casos de sinistro, essa porcentagem passa dos 90%. Este é um mercado que movimenta cerca de R$150 bilhões todo ano no país e com potencial de dobrar de tamanho. A média mundial de veículos assegurados, em relação ao PIB, é de 7,9% enquanto no Brasil ainda é de apenas 4%.
O seguro pode ser caro, por exemplo, para quem usa o carro apenas poucos dias no mês. As dinâmicas de home-office no pós-pandemia também mudaram a rotina das pessoas. Mas e se você pudesse ter o veículo assegurado apenas nos dias que decidisse usar o carro? Interessante? Dos quase 90% de “não-assegurados” no Brasil, quantos passariam a ter uma apólice neste novo formato?
Foi pensando nesta “dor” e na oportunidade que jovens empreendedores de Curitiba criaram a Brick Seguros. Usando uma nova regulação implementada pela SUSEP em 2019, a startup pretende oferecer seguros customizados, no modelo Pay-Per-Use. O propósito da empresa é transformar o seguro em algo mais simples e mais democrático.
A Brick começou suas operações no início de 2022, criando um sistema de avaliação de condutores que fornece informações atualizadas para as locadoras de automóveis. O relatório completo do perfil de risco dos condutores ajuda seus clientes a minimizar os riscos operacionais e prevenir fraudes, resultando em menos sinistros e tornando o seguro de frotas mais barato. Desde o lançamento, a empresa tem registrado crescimento superior a 30% ao mês, e atualmente tem mais de 150 clientes, com cerca de 25.000 veículos.
Querem se tornar uma seguradora de frotas focada em empresas de locação (‘Rent a Car’ — RaC) e mudar a forma como essas empresas fazem seguro. No modelo atual, as locadoras precisam fazer apólices de 1 ano para terem sua frota segurada 24/7, mesmo durante o tempo ocioso. A Brick quer oferecer um modelo Pay-Per-Use, onde as empresas de RaC pagam apenas pelo tempo que o carro estiver ativamente alugado/utilizado.
A startup planeja gerar receita por meio de uma combinação de taxa fixa + taxa por quilômetro rodado. A estratégia GTM (Go-to-Market) da Brick é dupla, com novos contratos fechados via Outbound Reach e também através de parcerias. Inicialmente, oferecem dois produtos: Verificação de Antecedentes e Seguro de Pequenos Danos. O Seguro de Pequenos Danos inclui seguro para vidros, parabrisas e pneus e já atende 8 empresas de RaC. A Brick está conversando com seguradoras para se tornar um Managing General Agency (MGA).
A insurtech levantou o capital para suportar seu crescimento e criar estrutura como MGA, em que uma seguradora estabelecida empresta seu balanço e assume os riscos — deixando a startup responsável pela precificação e venda dos seguros.
Outra vantagem é que diversas pequenas empresas de locação de carros compram seu seguro de associações ou cooperativas; estas opções de seguro não são regulamentadas pela SUSEP, mas o Pay-Per-Use é. Por fim, uma tendência importante no setor é que menos pessoas possuem carros e optam por usar serviços como Uber, táxi, bicicletas etc. Isso pode aumentar o setor de locação de carros.
AUTHOR: MARCELO FRANCO, FOUNDER OF VERVE CAPITAL.
Originally published at https://medium.com on February 7, 2023.
